Meu querido amor antigo,
Escrevo-te, não porque tenha necessidade de te sentir em mim, mas pelo simples facto de ter tomado a decisão que espero ser a mais correcta na minha vida.
Este não é o dia em que te vou esquecer. Pura e simplesmente, decidi enterrar o passado e resolver o que ficou a pairar na minha vida.
Todos os amores têm um início, um meio e um fim. Acontece que, no nosso caso, o final não ficou no passado, perpetuando-se até hoje, martirizando-me todos os dias em que penso em ti.
A tua passagem pela minha vida foi uma revolução. Uma espécie de tufão que me apanhou repentinamente - e sem que estivesse sequer à espera ou preparada para ser arrebatada da forma como o fizeste.
Estou aqui sentada, numa tarde de Verão pouco ou nada quente, enquanto tento lançar para o papel tudo o que tenho preso em mim e quero libertar.
Sabes como mexes comigo, como sempre controlaste o meu músculo vital, mesmo quando eu teimava que ia vencer com a cabeça uma batalha que era do coração.
Ainda hoje estás impregnado em mim, apesar de nunca teres entrado em mim fisicamente. Éramos muito novos quando nos envolvemos. Talvez por isso, por teres sido o meu primeiro amor concretizado numa relação que tinha tudo para durar, continuas a atormentar a minha mente.
Nunca te entregaste à nossa relação da forma esperada por quem apregoava amar-me tanto. Na verdade, poucas vezes estivemos juntos nos seis míseros meses em que fomos namorados, se é que se pode dizer que era um namoro.
Então por que motivo continuo agarrada a esse tempo? Como se tivesse sido um bom período… Nem nada que se pareça!
Nunca foste nem hás-de ser perfeito. Não te culpo, pois, se o fosses, perderias o teu encanto. Foi o teu ar de bad boy que me fez olhar para ti duas vezes. Isso e, claro está, os teus olhos verdes que penetraram nos meus e me invadiram a alma. Senti-me despida e capturada. Nunca mais me libertei desse olhar. Até hoje.
Não sei como estás, nem como és, o que fazes, se és casado e tens filhos… o teu contacto não é o mesmo de quando nos conhecemos, já não vives na mesma casa e perdi-te o rasto. Deve ser esse o motivo que alimenta esta fantasia que não te deixa abandonar o meu corpo, a minha alma, o meu espírito, com fama de indomável mas pouco difícil de controlar por ti. Porquê? Se nem sequer sei se existes, se já passaram dez anos desde a nossa história, se já não tens, com certeza, a mesma imagem de surfista - com o cabelo louro queimado do sol e a pele morena, os músculos bem estabelecidos e proeminentes num corpo alto e com um porte que enlouquecia as rapariguinhas – porque continuo a projectar a tua imagem à medida dessa ilusão? A mesma que me cegou na adolescência. Agora, já adulta, tenho a maturidade suficiente para saber que tu não és nem nunca foste o príncipe encantado.
Traíste-me de todas as maneiras possíveis. E admitiste isso das últimas vezes que me ligaste, há quase cinco anos atrás. Só que o mal já estava feito, a minha vida já tinha seguido em frente e já não podia simplesmente largar tudo e tentar de novo.
Em termos físicos, a nossa relação nunca foi muito próxima. Tinha aquela inocência dos catorze anos. Eu iludi-me por isso. Porque nunca tentaste avançar mais do que eu permiti, porque me cativava cada conversa contigo no nosso mundo. Raramente estivemos juntos, mas falávamos regularmente ao telemóvel, novidade na altura. Não eras o mesmo comigo e com os outros.
Fazias de mim gato-sapato e eu deixava, iludida de que era próprio da idade. Foi por isso que não te dei mais uma oportunidade depois de ter colocado um ponto final em tudo o que vivemos, há muito tempo atrás. Porque tudo o que é demais enjoa e preferi sofrer sozinha do que contigo.
Psicologicamente, consumiste-me por dentro de forma tão inconstante como incontrolável. Eu vivia para pensar em ti. Por mal nos vermos, fazia o meu próprio filme. Esperei sempre que aparecesses como um príncipe e me levasses para o teu reino para sermos felizes para sempre.
Estupidez pura, amor, sonhos. Tudo coisas próprias de uma adolescente sem experiência. Convenhamos que, mesmo com muita experiência de vida, a cegueira é típica quando amamos ou pensamos que amamos, independentemente da idade. Desse ponto de vista, estou um bocadinho de nada mais desculpada.
Hoje sou mulher, vejo a vida de outra perspectiva e sou feliz. Tenho a meu lado uma pessoa que me faz afortunada, que me arrebatou também fulminantemente, tal como tu, mas que nunca me deixou na mão. Está sempre lá para o que der e vier, para sempre – enquanto durar. Mas o que faz com que ame uma pessoa e não esqueça outra que já devia ter morrido para mim há uma década? Simples: quando uma relação acaba mas não fica bem resolvida é este o resultado. Nunca mais tivemos a hipótese de estarmos juntos e conversarmos sobre as nossas divergências, sobre o que nos uniu e separou naquele tempo e que podia juntar-nos, de novo, agora.
Por isso decidi escrever-te, para que sinta que, finalmente, esta conversa se concretizou e possa dar como encerrado um capítulo que ficou esquecido, mas não apagado, que de forma intermitente me impediu de viver a minha vida da melhor maneira possível. És como um fantasma que me atormenta e eu quero libertar-me.
Se te visse agora, provavelmente não conteria a minha reacção de pânico. Porque é tudo o que eu quero evitar. Não saberia como reagir ao encontro de um amor antigo, o meu primeiro amor.
Do mau que vivi contigo não mais me hei-de esquecer. Todas as mentiras, todas as traições, todas as vezes em que fiquei plantada durante horas à tua espera, em vão. Nunca me deste uma explicação válida. Provaste-me, por esses pequenos gestos, que não me merecias. Nem a mim, nem a todos os momentos da minha vida que eu dedicava a venerar-te mentalmente.
Deixaste-me pelos teus amigos, pelas tuas amigas, por tudo e por nada. Eu ficava sozinha, entregue às minhas lágrimas e às juras de nunca mais voltar a dar-te uma oportunidade. Davas-me tempo e voltavas a atacar. Mandavas-me mensagens a dizer que me amavas, ligavas a dizer que os nossos filhos iriam ser lindos, visto eu dizer que eras extremamente atraente e tu completares este quadro fantástico exprimindo que eu era divinal e muito inteligente, pelo que seriam génios.
Depois disso, eu martirizava-me por ter duvidado que o nosso amor era para sempre e voltava a viver num conto-de-fadas inventado pela minha mente brilhante.
Tenho sonhado contigo. Que te encontro e que tudo o que mancha o nosso passado se desvanece. Que caímos nos braços um do outro sem olhar a mais nada nem ninguém. Depois acordo, aflita e com remorsos. Como posso eu sequer sonhar com tal cenário se sou comprometida - e bem comprometida?
A sensação de que não posso controlar a minha mente quando estou a dormir dilacera-me o coração. De certa forma, estou a ser infiel a alguém que me merece como mais ninguém neste mundo. Sim, ele também tem defeitos. Tal como tu, ele não é perfeito. E é por isso que o amo. Não como te amei. De uma maneira diferente. Não tento projectar nele tudo o que via em ti de ideal.
Ele é diferente de ti, apesar de ter todos os defeitos que os homens têm, quer queiram admitir ou não. É teimoso, desleixado e relaxado demais para mim, tem uma paciência de santo mas enerva-se e explode de um momento para o outro, sem um motivo válido.
Não sei se és assim ou não. Não tive tempo para perceber isso. Não discutimos porque nos entendíamos ou porque partilhávamos tudo o que é suposto os namorados darem um ao outro. Nem discutíamos. Tu fazias asneiras e ignoravas-me, enquanto eu decidia que estava aborrecida contigo e chorava num pranto que só visto.
Com ele vivo na realidade, por muito boa ou má que ela se apresente perante nós. Contigo, vivi uma ilusão, que mantenho na memória sem saber como nem porquê. Com ele, vejo que amar e ser amada é possível de alcançar simultaneamente. Contigo, vivi um amor à distância que eternizou este sentimento de que poderíamos ter chegado mais longe. Com ele, vivo o presente e sonho ter um futuro.
Hoje é o dia e o momento de me libertar das amarras que me prendem obstinadamente a ti, sem motivo válido.
O primeiro amor, o grande amor que ficou inacabado, não vale nada perto deste que agora mora em mim. No entanto, a verdade é que ainda hoje vi uma reportagem na televisão que me surpreendeu. Muitas pessoas não são capazes de amar depois de uma relação que por vezes não foi perfeita, mas da qual guardam imagens e momentos que classificam como perfeitos e as impedem de ver que estão a alimentar um sonho, uma realidade congelada.
Realidade congelada? Sim. A vida é como um filme, está sempre em constante mutação. Tudo é mudança, como aprendi na faculdade. É um facto que se pode extrapolar do estudo de uma realidade empresarial e aplicar à nossa vida. Nada é dado como certo, pois, como sabemos, o que é verdade neste momento, pode deixar de o ser mais rapidamente do que o alcance do final desta frase. Este filme em que vivemos não pára de correr e de gravar. Momentos bons e menos bons, alguns terríveis e inesquecíveis pelos piores motivos. Mas não deixa de ficar registado na fita que se desenrola mediante a nossa vivência. Podemos tirar muitas fotografias ao longo do filme, belas e que representam momentos de todas as espécies, que nos farão relembrar acontecimentos importantes por que passámos. Porém, não passa de uma realidade congelada, um momento que se eternizou sob a forma de fotografia, mas que está inserida num filme que pode, no seu todo, não corroborar com a imagem transmitida por quem observa a imagem.
É o que se passa com todas as pessoas que, como eu, não esqueceram o primeiro amor, por mais traumático que possa ter sido. Utopias, ideais que não se concretizaram, falsas perfeições que absorvemos. O que sentimos não é real, é claramente platónico. Como o que eu sinto por ti.
Já não somos os mesmos, nunca saberei se poderia ter dado certo, mas isso foi porque demos passos no sentido errado enquanto éramos um casal.
Porque me traíste? Consegues explicar isso? Consegues dizer-me porque te justificaste com a incapacidade de negar amor a uma donzela solitária? A distância não podia ser o pretexto para que não assumisses o compromisso a que te tinhas proposto. Foste tu quem me deu asas, foste tu que me declaraste o teu amor e disseste que não aguentavas mais um dia sem mim. Foste tu quem me pediu em namoro e me fizeste promessas que mudaram para sempre a minha vida. Aproveitaste-te de uma rapariga sonhadora e com pouca confiança em relação a si mesma e fizeste dela o que querias. Magoaste-me e eu nunca vou esquecer.
Assim como nunca mais esquecerei o nosso primeiro beijo, a maneira carinhosa com que me trataste nessa noite de festa. Todas as palavras e gestos que tiveste para comigo, tudo o que declaraste ser um amor eterno. Não esquecerei. E ficarei na dúvida perene sobre a veracidade de tais actos.
Mas continuas sem justificação. Tu e eu. Sou feliz, mas sinto que ainda não disse adeus de uma maneira definitiva e justa. E esta carta foi a maneira mais legítima para os dois, na minha opinião de dar por encerrada toda e qualquer loucura que possa passar pela minha cabeça em relação a ti.
Não vou esquecer-te, vou antes lembrar-te pelo que foste e não pelo que poderias ser. Não vou esquecer que me traíste, assim como não vou apagar da memória tudo o que tornou numa mulherzinha. A dor faz-nos crescer. Tu permitiste-me ambas as coisas. Para sempre ficará presente no meu álbum de lembranças as primeiras descobertas que uma menina de catorze anos teve, com toda a inocência que já raramente se encontra em raparigas da mesma idade.
Quero que saibas que cresci e também já não sou igual à adolescente que viste da última vez que me puseste a vista em cima. Estou mais crescida e desenvolvida, tenho mais uns quilinhos, que me enervam mas não ficam mal e sou muito diferente psicologicamente.
Tenho muito mais confiança em mim, apesar de ser ainda muito pessimista. Mas tenho colhido muitos frutos da minha determinação, perseverança e atitude. Luto muito e isso reflecte-se em tudo o que conquistei. Estou bem encaminhada em termos de vida: tenho um curso superior e vou continuar a apostar na minha formação, tenho muitos sonhos e portas abertas a partir disso e vou aproveitá-las todas. Não quero ter uma profissão, quero ter várias. Quero escrever, ser voluntária, política, investigadora, empreendedora e uma empresária de gabarito reconhecido.
Quero ter uma família grande. Mas já não é contigo que a quero constituir. Tenho o meu guardião e o meu futuro chefe de família comigo. Vamos ter um casal e, caso possível, adoptar crianças que precisem de pessoas como nós os dois: cheios de amor para dar. E nós os dois não sou eu e tu, sou eu e ele. Já não te pertenço, já não me pertences. Ou talvez nunca tivesses sido realmente meu. Mas não quero pensar nisso. Todos temos segundas oportunidades, tu tiveste quase uma por cada semana que passámos “juntos”. Acabou-se tudo, como te disse da última vez que falámos.
Lembro-me como se fosse hoje mesmo. Tinha regressado a casa, vinda da faculdade, extremamente cansada e a tentar manter-me em pé e com energia para mais uma tarde de estudo. De repente, o meu telemóvel começa a vibrar. Não toca pois, como deves saber, eu odeio ouvir o som de um telemóvel a tocar. Cada um ouve a sua própria música. Logo, se não quero ouvir, também não dou música a ninguém. Essa mania mantém-se até hoje e não há prenúncios de mudança próxima. Ponto final, parágrafo!
Atendi, pensando tratar-se de uma possível marcação de entrevista para emprego, visto tratar-se de um número que nunca antes tinha visto ou, pelo menos, registado. Ao meu “Estou?” muito educado e com a voz colocada respondeu alguém cujo tom me encalacrou. Não podia ser. Não depois de tanto tempo. Não naquele momento em que tinha refeito a minha vida.
Mas o que eu temia e rezava para ser fruto da minha imaginação veio a confirmar-se. Eras tu. Disseste quem eras e perguntaste se ainda me lembrava de ti. Eu respondi, sarcasticamente, que não podia ter-te esquecido, por muitas razões.
Isso foi o que eu disse. O que estava verdadeiramente a sentir? Pânico, medo, um puxão de volta ao passado e ao que julgara nunca mais vir a remexer. Borboletas no estômago. E eram muitas e bem enérgicas, porque me deram um nó no estômago e impediram-me de raciocinar como era suposto. De novo voltei a ser aquela pessoa frágil e insegura que conheceste, que não conseguia dizer grande coisa quando estava nervosa.
Eu não estava nervosa, estava a agonizar de pavor!
Ficaste feliz por te reconhecer. Eu fiquei triste por não teres noção do quanto tinhas significado para mim.
Perguntaste como eu estava, numa de fazeres conversa de circunstância e ver até onde podias ir. Sempre foste bom a explorar o terreno. Eu deixei-me levar. Fui sincera e disse que estava tudo bem. Estava. Até atender o telefone. De repente, um batalhão de sentimentos opostos e em controvérsia tinha conseguido apoderar-se de mim e tomado as rédeas do que eu gostava de controlar. É o que acontece quando temos uma máscara que nos apresenta como alguém forte e seguro e somos atacados sem contar. Vai tudo por água abaixo, borra-se a pintura e desmorona-se o exército. Restou-me ir à luta sozinha, com base no improviso e resolver a situação com sangue-frio.
Ali estava eu, a espreitar pela janela, tentando ser iluminada pelos raios de sol que brilhavam lá fora. Para tentar escapar, decidi perguntar-te, de uma vez por todas, o que querias. A tua resposta deixou-me imóvel, embasbacada e incapaz de proferir fosse o que fosse.
Não estava à espera de uma declaração naquele momento nem estava a perceber bem o que queriam dizer as tuas palavras.
Começaste por dizer que achavas estranho não perguntar como ainda tinha o teu número se tinhas trocado o teu. Não me deste tempo de responder, o que se revelou inteligente pois eu não fazia a mínima ideia da justificação que querias. Revelaste-me que nunca tinhas esquecido o meu número e que o sabias de cor desde que to entreguei naquele bilhete que deu início a tudo. Eu tentei provar-me que estavas a enganar-me, mais uma vez. Mas tu repetiste o meu contacto sem hesitação. Deixaste-me sem armas. E confrontaste-me com isso. “Surpreendida, não?”, proclamaste tu num tom vitorioso.
Estava mais do que isso. Não queria compreender a conversa surreal que estávamos a ter, nem a sua pertinência… Nada fazia sentido naquele momento, visto que estava tudo acabado havia muito tempo. E eu estava tão feliz e apaixonada!
Perguntaste como ia a minha vida amorosa e se já tinha deixado o teu “substituto”. Rejubilaste quando te apercebeste que sim, mas o teu castelo de areia desmoronou quando te apresentei novos factos: tinha conhecido alguém que me completava na perfeição e que era capaz de me dar mais em pouco tempo do que tu alguma vez me deras. Com esta não estavas tu a contar. Perguntaste se não tinhas hipótese de me ver largar tudo e dar-te uma nova hipótese de me fazeres feliz como querias.
Aí estava uma pergunta difícil. Tu serias tudo o que eu gostava de voltar a ter, mas não naquela altura. Não ia voltar a abandonar tudo por ti. Pelo menos, em teoria era o que pretendia fazer.
O certo é que me abalaste. Apesar de tudo o que me tinhas feito e de ter as feridas anda abertas e sem sarar, não deixei de ficar sem ar com a tua proposta. Aproveitaste-te das minhas fraquezas, mas eu tentei defender-me, atacando os teus pontos fracos em cheio. Sabia que tinhas namorada e moravas com ela desde que tinhas abandonado a casa dos que te deram a mão quando mais precisaste. Atirei-te isso à cara e aproveitei para fundamentar a minha teoria: continuavas a ser o meu traidor de sempre. Por mais que gostasses de alguém, não eras capaz de ser fiel. E estavas a fazer à tua namorada o mesmo que já me havias feito.
Não estavas à espera que fosse tão racional. Das últimas vezes que tínhamos falado, eu era ainda a rapariga inocente que só escutava a voz do coração. Mas ali já estava outra pessoa, que tinha aprendido com as suas próprias cabeçadas na parede e só queria evitar cometer mais erros desnecessários.
Tinha o namorado que sempre tinha desejado: bonito, atencioso e simpático, que me amava e se deixava amar. Não havia preço que pagasse tudo o que eu estava a viver com ele. Não tinhas nenhuma hipótese de me ver abandoná-lo por ti. O que não te disse e acho que não soubeste, porque a perspicácia nunca foi o teu forte, é que fiquei tocada com o telefonema e pensei sempre que se alguma vez ficasse sozinha novamente procurar-te-ia por esse mundo fora.
De todas a vezes que algo me levou a desconfiar do futuro da minha relação, considerei a ideia de que poderias ser a única pessoa com que tentaria dar uma nova tentativa de amor bem sucedido.
Por isso estou a escrever-te hoje. Não quero mais isso. Não consigo estar com um homem que amo profundamente e ter-te a assombrar os meus pensamentos quando ele me presenteia com os seus defeitos mais irritantes.
Porque ele nunca me deixou ficar à espera sem aparecer, sempre esteve lá nos muitos maus momentos que vivi até agora, ensinou-me que é possível experimentar sensações inimagináveis com outra pessoa, desde que a entrega seja mútua.
Para finalizar esta minha mensagem, quero desejar-te muito boa sorte e muito amor na tua vida, sempre. E também que a pessoa que estiver a teu lado seja capaz de te domar como eu nunca fui e tornar-te fiel. Não basta amar-se, há que prová-lo. O que fazemos vale mais do que o que dizemos. Por isso, foca-te em amar em pequenos gestos e acções e diz “amo-te” só quando souberes que esse sentimento é tão forte que chega para viveres sem precisar de mais ninguém.
Amei-te incondicionalmente e vou amar sempre a recordação que tenho de ti.
Esta é a forma que tenho de me despedir de ti, sabendo que andarás por esses caminhos fora, feliz ou não, só ou acompanhado, mas certo de que me fizeste perceber que o amor não é só o lado bonito, mas também que, quando esse amor é realmente importante, um momento bom apaga todos os outros e permanece na nossa memória para sempre.
Até sempre.